5 de setembro de 2013

Dia do Irmão

Irmão é uma coisa engraçada. Um estranho que você ama mesmo antes de você nascer.

Aquele que vai roubar seus brinquedos, bagunçar seu quarto, comer seu Danoninho, implicar até você se irritar, brigar com você, falar que você é adotado, zuar quando você ficar de castigo, rir quando você tirar nota baixa e ele não... Mas também é aquele que vai te defender com unhas e dentes, te ajudar com qualquer coisa que você precisar, rir com você, enxugar suas lágrimas, comemorar suas conquistas, guardar seus segredos, brincar de coisas idiotas, fazer merda e esconder dos pais, dividir o chocolate, deixar você comer a última batata frita e te amar até o final.

O meu irmão mais velho (2,5 anos de diferença) sempre foi “o mais chato”. Sempre brigamos muito, eu implicava com ele e depois corria em volta da mesa de jantar pra não levar uma surra. Quando ele conseguia me pegar era um “Deus nos acuda”. Xinga daqui, grita dali, soco, tapa, mordida, chutes no ar... até chegar alguém e colocar os dois de castigo. Depois de 10 minutos de castigo já estávamos nos comunicando através das paredes do quarto, combinando de brincar disso ou daquilo ou, até, de fingir que já estávamos amigos só pra sair do castigo. Até na hora de continuarmos “inimigos” nós éramos amigos.
Ele já me entregou sobre uma festa escondida da minha mãe, eu já entreguei segredos dele também. Já rimos com a “desgraça” um do outro, mas como, realmente, seria a nossa vida sem um ao outro? Não consigo imaginar.

Depois de velho percebemos que os nossos irmãos são diferentes daquele que eram quando crianças. Eles já não implicam, não riem da sua desgraça, não revelam seus segredos, não pedem pra você esquecer que eles existem. Depois de velho os irmãos se tornam, de fato, nossos melhores amigos. Aqueles com que poderemos contar PRA SEMPRE e PRA TUDO. Comigo não foi diferente.

Com a pirralha (17 anos mais nova) já foi diferente. Eu estava fazendo intercâmbio quando minha mãe ligou e contou que estava grávida. Naquele momento eu já comecei a amar um “ser” que nem existia direito. 
Quando voltei de viagem meu quarto tinha um trocador, um berço, um “mini-armário” e alguns brinquedinhos. Nossa! Acho que 11 meses foi o bastante pra tudo mudar nessa casa. Mas o melhor estava por vir... Minha mãe não foi me buscar no aeroporto, pois estava recém operada. Quando cheguei em casa, fui direto procurar por ela e a encontrei sentada em uma cadeira de balanço dando de mamar a uma criança, minha irmã. Foi uma sensação inexplicável e que jamais vou esquecer. Viajei como a caçulinha e voltei como a “irmã do meio”. Que evolução!

Essa criança, hoje em dia, é a mascote da família, a mini-pessoa mais amada da casa. Por mais que ela seja 17 anos mais nova que eu, não posso deixar de implicar, dar susto, brigar, discutir, dizer que ela é adotada, comer o último Danoninho, beber a água que ela acabou de colocar no copo, etc... faz parte! Ela nunca vai ter um irmão da mesma idade dela, então os mais velhos (muuuuito mais velhos) precisam fazer esse papel. Rs. Mas confesso que eu cuido e amo muito mais do que implico. Implicar é só hobbie. Rs.

Ela é tão diferente de todos nós da casa. Somos muito “frios” uns com os outros e ela é uma manteiga derretida. Não temos o costume de falar “Eu te amo”, já ela grita isso aos 4 ventos, sempre que pode e pra quem ela realmente ama. Não economiza os apelidos, não dorme sem dar um beijo e um abraço de boa noite em todo mundo e, aos finais de semana, também nos acorda com um beijo e abraço de bom dia. Se deixar, passa o dia inteiro na cama “de chamego”, pede pra você buscar sorvete a cada 5 minutos e não pára com o “Biba, olha o que eu sei fazer!”, apresentando mais uma “marmota” inventada.

Tenho dois irmãos completamente diferentes, mas amo eles da mesma forma: incondicionalmente!

<3