15 de março de 2013

Aniversário em "Indian Style"

É gente...  não basta passar um tempo trabalhando na Índia, tem que passar o aniversário aqui também!!! Rs.

Acordei hoje sem saber o que esperar do meu dia. Não sabia se as pessoas (aqui na Índia) iam saber que era meu aniversário (apesar de eu ter avisado várias vezes... rs), se iam me dar os parabéns, se davam abraços, apertos de mão ou apenas um sorriso amarelo... entre outras coisas.
Sabia que a diferença de horário daqui pro Brasil é muito grande e que eu estou sem celular, então não conseguiria receber as ligações da família, amigos, etc... enfim, era muita informação pra processar. Resolvi não criar expectativa nenhuma! Rs. O velho e bom "alinhamento de expectativa".

Sabe o que aconteceu?! Eu fui surpreendida VÁRIAS vezes.

Cheguei no trabalho e todo mundo veio me cumprimentar pra me dar os parabéns. Tudo bem que aqui na Índia ninguém dá abraço, apenas aperto de mão, mas fiquei super feliz com a lembrança de todos. Depois a minha turma se reuniu, cantou parabéns e me deu um presente LINDO. Um porta-retrato com a foto que tiramos na segunda feira e atrás do porta retrato tinha um recadinho de cada um pra mim!!! :-) Já comecei a me emocionar a partir desse momento! Rs.



Fomos almoçar no McDonald's, todos juntos. :-)
E o costume na Índia é que o aniversariante paga a conta. Como eu não ia quebrar os costumes locais... "vamo simbora". Sorte a minha que eles escolheram ir no McDonald's, hein?! Rs.


Na hora do coffee-break, me chamaram pra tomar um café e, quando eu chego no refeitório, tem um monte de pessoas com um bolo pra cantar parabéns!!! Fofo demais!!!
Ganhei um bolo com  "Happy Birthday Gabriella", com direito a bolo na cara e tudo. Seguindo direitinho os costumes locais! Rs.



Ao final do treinamento fomos jantar com o pessoal da Accenture Índia que está nos ajudando com a organização do treinamento e etc. Fomos em um restaurante suuuper legal, que tinha uma churrasqueira no meio da mesa, onde ficavam os espetinhos e eles passavam servindo os "acompanhamentos". MUITO bom (tirando toda a pimenta, boca dormente e 3 litros de água. Rs)



Antes de começarmos a comer, ganhei outro bolo com direito a parabéns cantado pelos garçons, gritos e palmas bem altas! :-) E o mais fofo de todos foi que no final, eu ganhei um "cartão" que dizia: "Memories Neve Die" e dentro tinha uma foto minha durante o parabéns! Muito legal mesmo!!! Lembrança pra guardar pra vida inteira!




Pra fechar o dia com chave de ouro, chego no meu quarto do hotel e tem um MEGA MARAVILHOSO bouquet de flores + cartão + bolinho individual com velinha. Aí não aguentei, li o cartão e comecei a chorar igual criança pequena!!! Fiquei com a cara inchada de tanto chorar!!! Não conseguia parar de olhar pras flores, pro bolo, pras flores, pro bolo, pro cartão, pras flores, pro cartão, pro bolo...



Ele não existe!!! Conseguiu me quebrar, com a surpresa mais linda e inesperada!!!
Obrigada por me apoiar nas minhas decisões malucas e de acreditar em mim! E obrigada por ser assim, tão... você!
Te amo, Coisa! <3


Para quem estava triste por estar "sozinha", longe de toda a família e amigos... fui surpreendida!!!
Meu aniversário foi muuuito especial! Gostei demaaais!!!

14 de março de 2013

Índia, lá vou eu!



Chegando na Índia, as diferenças são facilmente percebidas já no caminho do aeroporto para o hotel.
Muitos carros na rua, sem faixa na rua, sem sinal de trânsito, muitas motos, tuc tuc, gente, vaca, ovelha... tudo junto na rua.
Em muitas ruas não existe separação entre "mão" e "contra-mão". Os carros vem de lá e de cá, quando chegam um de frente pro outro, decidem quem vai desviar para qual lado os carros vão desviar. Isso acontece com moto, tuc tuc, carro, vaca, etc. É muito diferente. A impressão que dá é que não temos regras de trânsito, pelo menos em Bangalore (única cidade da Índia que eu conheço até o momento).Em maioria, as ruas não tem calçadas, então as pessoas andam literalmente no meio da rua.
As buzinas são usadas a cada minuto, seja pra pedir passagem, como pra avisar que estão chegando, que vão ultrapassar, que vão virar, que vão parar... que vão fazer qualquer coisa. As buzinas chegam a incomodar.







As diferenças aumentam quando falamos em roupas. As meninas normalmente (digo normalmente por que existem vários tipos de indianos.. Rs. Algumas indianas usam roupas ocidentais), não usam roupas curtas, com decotes, muito justas, etc. Elas SEMPRE cobrem as pernas toda, o colo (sem decote), a barriga e as costas. A barriga só aparece, as vezes, quando elas usam o Saree (aquele vestido que é um pano enrolado no corpo todo).

Eles usam acessórios/maquiagens que demonstram qual é a religião adotada pela pessoa. Isso é bem diferente do Brasil, pois independente da religião usamos o mesmo tipo de roupas, é difícil identificar qual é a religião da pessoa pelas roupas. Rs. A religião muçulmana é a mais fácil de identificar entre as mulheres, pois todas elas usam burcas pretas, deixando só os olhos de fora. As outra religiões não tem muitas roupas típicas, mas sim outros acessórios/maquiagens como flores no cabelo, "pintas vermelhas" no meio dos olhos, no couro cabeludo, etc.

Os costumes de higiene são bem diferentes! Eles não tem os mesmos padrões de "limpeza" que nós. Comem com as mãos, usam o mesmo copo para beber água (sim, no bebedouro da empresa tem uma bandeja com alguns copos de plástco. Aí eles usam, passam um água e colocam de volta na bandeja. E nos shoppings tem 1 copo de metal amarrado com uma correntinha e as pessoas usam aquele mesmo copo), não escovam os dentes após o almoço, pegam comida no prato dos outros, etc.
Essa diferença é muuuuuito complicada pra nós, pois não estamos acostumados com esse tipo de comportamento. No refeitório da empresa tem uma "bacia" cheia de água onde o cara da limpeza deposita os talheres limpos, ou seja, fica uma bacia cheia de água com talheres dentro, aí as pessoas pegam os talheres para comer. São tipo "talheres comunitários", mas os talheres sujos não são depositados lá, e, sim, entregues no balcão da limpeza (menos mal, hein?!). Rs.





Nas ruas tem muuuuuuita poeira e barro seco, as pessoas até andam com um pano tampando a boca e o nariz, pois é muita poeira pra ficar respirando. A gente fica sujo só de andar 2 quarteirões à pé e como não tem calçada (na maioria dos lugares), o carro passa e levanta a poeira toda nos pedestres. Legal, hein?! Rs.



A comida é MUITO² condimentada/apimentada, a gente pode até pedir sem pimenta, mas é quase impossível que realmente vai vir sem pimenta. Rs. Acho que a pimenta já está "entranhada" na frigideira/panela deles. Rs. Tiveram vezes que tivemos que deixar o prato quase inteiro, pois não tinha condições de dar nem 3 garfadas de taaaanta pimenta. Todo mundo começada a suar e escorrer lágrima dos olhos. Rs.



To tentando descobrir algum prato indiano que não tenha taaanta pimenta e que a gente consiga comer, equanto isso estamos nos alimentando de fast-food. =/ Obrigada Domino's, Pizza Hut, Subway e McDonald's, por existirem na Índia!!! Rs. :-)


Bom, esse é um resumo da minha pequena experiência na Índia, até o momento!!!


Vou atualizando ao longo da viagem.. :-)








1 de março de 2013

Minha alma canta, vejo o Rio de Janeiro

Hoje é o aniversário do Rio de Janeiro, 448 anos de praia!!!
Não, não é feriado!!! Rs.

Morar no Rio de Janeiro é um privilégio, mas muitas vezes só percebemos isso quando vamos embora dele. Aí sim as praias ficam mais bonitas, o sol mais brilhante, o transito mais "ameno", o Pão de Açúcar mais "postal", o Cristo de braços mais abertos... enfim, tudo parece ficar  mais bonito e melhor.

Nasci no Rio de Janeiro, em Botafogo, mas com 1 ano me mudei pra Barra da Tijuca, onde meus avós moravam há algum tempo já. Ou seja, praticamente nasci e fui criada na Barra da Tijuca, um bairro com suas particularidades, cultura e costumes próprios. Até dizem que a Barra é o "uma nova cidade dentro do Rio de Janeiro", o que eu não posso discordar, pois para sair da Barra e chegar na Zona Sul / Centro são no mínimo 20 km (Gávea) ou 40 km (Centro). Uma bela viagem, não?!

Uma certa época da minha vida decidi que não aguentava mais a vida que eu estava levando, que eu precisava fazer alguma coisa pra mudar e a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi: preciso sair do Rio de Janeiro. "Ah, chega dessa vidinha de Rio de Janeiro. Quero algo novo, quero mudar, quero crescer!" Achei que isso já era uma bela mudança pra quem estava de "saco cheio" das mesmices da vida de recém-formada na faculdade.
Como uma boa "chata" quando quero alguma coisa, passei 8 meses da minha vida fazendo processo seletivo para Trainee e, óbvio, dando prioridade para aqueles que eram fora do Rio de Janeiro (que minha mãe não me mate ao saber disso).
Não estava conseguindo passar em nenhum processo, chorei minhas pitangas pra minha mãe e decidimos que eu deveria fazer um intercâmbio para melhorar meu currículo e fazer Trainee novamente no ano seguinte. Lindo!!! Sim, seria lindo se, ao pagar a primeira parcela do intercâmbio para o Canadá, uma empresa de São Paulo não tivesse me ligado dizendo que tinham reaberto o processo e queriam que eu participasse de uma dinâmica de grupo. *histeria total*
Resumo da ópera: Passei no processo de Trainee para São Paulo, tomei uma decisão louca e fui morar lá.

Nunca tinha ido à São Paulo na minha vida!!! Cheguei lá com 1 mala de "roupas de trabalho" e só. O resto dessa história vocês já conhecem., mas meu ponto é que sempre que eu voltava pro Rio de Janeiro (aquele que eu não aguentava mais morar/viver) meu olho enxia de lágrimas. Pousar no Santos  Dumont era uma tortura sentimental pra mim!!! Rs. Ver da janelinha o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar, tão lindos, tão poéticos, tão cariocas... era choradeira na certa!!!
Toda vez que eu ia embora, a mesma coisa: ficava olhando da janelinha, vendo passar as praias, Pedra da Gávea, Barra da Tijuca, etc etc. Choradeira de novo.

Quando você se muda do Rio de Janeiro é quando você percebe o quanto a cidade é importante pra você. O quanto aquele "acostumado com isso tudo" não faz mais sentido. Morar no Rio de Janeiro não é só ver o Cristo, o Pão de Açúcar e o mar todos os dias. Morar no Rio de Janeiro é ver nesses pontos turísticos a materialização de uma cultura única, de anos de boemia, bossa nova, samba, água de coco, mate de galão e "bixcoito" Globo.

Depois eu consegui entender que o que eu mais sentia falta não era da paisagem, era do "jeito carioca de ser": a vontade de estar com os amigos, de transformar os detalhes em grandes momentos, de rir por qualquer motivo, de fazer amizade com o porteiro, garagista, padeiro e camelô, tomar uma gelada na praia, jogar um futevôlei  caminhar no calçadão, pegar o engarrafamento pela orla (pra pelo menos ver o mar), falar cantado, colocar um palavrão a cada frase (no mínimo)... isso é o carioca. E o carioca que define o que é o Rio de Janeiro!!!

O Rio de Janeiro foi abençoado por belas paisagens, mas "só é o que é" por causa do carioca! Nós fazemos o Rio de Janeiro ser assim!

Todo mundo reclama, coloca defeito, critica, fala "Imagina na Copa"... mas queria que cada um de vocês que reclamam fossem morar 1 mês fora. Aí sim, vocês iam perceber que o Rio de Janeiro (mesmo com todos os seus defeitos) é peça essencial na nossa vida e que não vivemos sem ele!!!

Parabéns Rio de Janeiro e obrigada por nos fazer tão Cariocas! :-)