3 de dezembro de 2013

O egoísmo da Geração Y

Outro dia eu estava num bar, bebendo uma cervejinha bem gelada e conversando com uma amiga minha. Aquelas conversas despretenciosas, que tendem a acrescentar nada na sua vida, apenas para passar o tempo e dar umas risadas... mas no meio do caminho o assunto tomou um rumo mais sério e acabamos em um “papo cabeça”. Hahahaha...

Começamos a falar sobre emprego, que todo mundo que se formou com a gente está trabalhando, bem, com salários compatíveis. Algumas melhores, outras mais ou menos, mas todo mundo trabalhando e correndo atrás da vida. Aí ela me disse a seguinte coisa:
“Engraçado né amiga, por que nossos amigos estão, em sua maioria, trabalhando em boas empresas, com bons salários, bons cargos, bastante responsabilidades, mas, apesar disso tudo, ainda não tem condições de sair de casa para morar sozinhos.”

Aí eu parei pra pensar... eu saí de casa com 22 anos, pra morar em São Paulo, uma cidade totalmente estranha pra mim. Nunca tinha ido a SP antes de ir morar. Passei muito perrengue, morei em 8 lugares em 1 ano e meio. Pingando de lugar em lugar.

Cheguei a conclusão que o que falta para o jovem hoje não é condições de morar sozinho e sim VONTADE de morar sozinho. As pessoas não querem descer de padrão. Querem sair de casa e manter o mesmo padrão que os pais dão. Querem um apartamento com, no mínimo, 2 quartos, piscina, churrasqueira, bem localizado, com ar condicionado, móveis da moda, geladeira “bam bam bam”, etc. Querem continuar comprando roupa compulsivamente, saindo pra jantar fora toda semana, gastando rios de dinheiro com “balada” e bebida, indo ao salão toda semana, etc.

Já ouvi muita gente falando: “Eu vou casar pra que?! Pra ter que morar “sei lá onde”, num apê pequeno e abrir mão de fazer minhas coisas?! Eu não!” Gente!!! Casar não é upgrade de vida! Casar é uma opção! Isso também vale para morar sozinho!!!

Muita gente acha que sair da casa dos pais é sinônimo que a pessoa está ganhando muito dinheiro e está muito bem de vida. Não é nada disso!!! Sair da casa dos pais é opção e não sinônimo de “statis”! Muita gente sai de casa para fazer faculdade, mora em república ou pensionato, abre mão de baladas, jantares e roupinhas... simplesmente por que precisa estudar!!!

Tem gente que sai de casa para se arriscar em um emprego. Também abre mão de jantares, baladas e roupinhas, mora com mais 2 pessoas em um apê de 2 quartos, divide as prateleiras do armário da cozinha e da geladeira, faz caixinha pra comprar materiais de limpeza e vive super bem! (Essa sou eu! Hahahaha...)

Precisamos lembrar que quando moramos com os nossos pais, tudo o que temos é dos nossos pais e não nosso! Nós vamos ter a oportunidade de construir nossas vidas, conquistar nossas coisas, mas, enquanto estivermos morando com nossos pais, desfrutamos das coisas que ELES conquistaram e nos proporcionam.
Experimentem conversar com eles e perguntar como foi quando eles casaram. Poucos tinham carro, MUITO POUCOS tinham casa própria e muitos ainda estavam na faculdade. Casaram, moraram em kitnetes de aluguel, abriram mão de um dos carros para conseguir pagar as contas, não saíam para jantar ou viajar, escolhiam os produtos mais baratos no mercado, etc. Ao longo do tempo foram crescendo juntos, conquistando as coisas aos poucos, melhorando de vida e, hoje, conseguem nos dar toda a estrutura de vida que temos. Antes disso tudo ser como é, eles já passaram por muitos perrengues. Então por que seria diferente com você?! Por que você tem que casar para fazer “upgrade de vida”, ao invés de casar por que ama a pessoa e quer construir uma vida com ela?! Por que as mulheres esperam um marido que dê a elas a mesma condição de vida que os pais davam?! Alguns homens até se sentem pressionados a  proporcionar a mesma condição de vida que a mulher tinha antes de casar. Acorda gente, isso não existe mais!!! Em um mundo que tanto se luta pela igualdade entre os sexos e vários outros “mimimis”, isso faz sentido?!

Se, por algum motivo (ou opção do casal – alguns casais optam pela mulher cuidar da casa e o homem trabalhar), uma das partes estiver desempregada, sem renda mensal, é necessário entender que os padrões vão cair, as contas vão apertar, mas que tudo vai dar certo. É uma fase, uma transição. Não é possível manter o mesmo padrão que tínham quando os dois estavam trabalhando e contribuindo com a renda do casal. Mas, o que eu tenho visto atualmente, é que as pessoas não querem correr este risco. Ninguém quer (nem pensar na possibilidade de) ter que abrir mão das coisas, de abaixar de padrão, etc, então, neste caso, a decisão mais fácil é não casar! Fica morando com o papai e mamãe que tá melhor, meu amor! Rs.

Os jovens estão cada vez mais mal acostumados e egoístas. Só pensam em si, em suas vontades, suas opiniões, etc, e é por isso que muita gente acha que “não tem condições financeiras de sair de casa”. Todo mundo pode sair de casa, não existe salário mínimo necessário, existe, sim, prioridades e vontade.

Não tenho paciência para aquelas pessoas que vivem reclamando do relacionamento com os pais, que não aguentam mais, que isso e que aquilo... tudo com 25+ anos na cara, reclamando do papai e da mamãe... SAI DE CASA! Vá em busca da sua vida, suas coisas... dê o seu grito de independência! Mas saiba que para isso é preciso coragem! Será necessário abrir mão de certas coisas, priorizar as outras, deixar de comer camarão VG, jantar macarrão com carne moída, etc.


Enfim... fiquei pensando nisso e essa é a minha opinião sobre o assunto!


As pessoas precisam entender que é 100% normal as pessoas saírem de casa (ou casarem) para construir a própria vida. Ficar vivendo a vida do papai e da mamãe pro resto da vida não é saudável. Precisamos descobrir nossas vontades, o que é importante para nós, o que funciona na nossa rotina, o que é dispensável, etc, e, para isso, é preciso dar o grito de independência, seja ele sozinho ou acompanhado! J

Problema dos dois lados

Hoje eu estava vindo pro trabalho e escutei no rádio, mais uma vez, o pessoal reclamando do transporte público.
"Que o governo não investe, que o governo não muda, que o governo não faz e acontece..."

Semana passada eu fiquei em casa, por que estava com problema na coluna, então pude ter alguns bons diálogos com a menina que trabalha lá em casa. O nome dela é Francisca e ela já trabalha pra minha mãe há 11 anos. Tem 3 filhos, 1 neto, casa própria, é alfabetizada, os filhos também... tudo certo!
Dei esse "brief" sobre ela só para vocês entenderem o contexto da conversa.. rs.

Estávamos almoçando um dia quando começou esse mesmo "mimimi" de transporte público no rádio. Os apresentadores reclamando do governo/prefeitura, falando mal do investimento, criticando as escolhas e etc, aí, tivemos o seguinte diálogo:

Francisca: Isso é uma palhaçada! Acho muito fácil o pessoal ficar reclamando que a prefeitura não faz nada, mas quando eles fazem esses "filhos da puta" destroem tudo! O BRT é maravilhoso, novinho, com ar condicionado, tudo funcionando, tudo lindo, mas vem esses vândalos e quebram tudo! Aí é muito fácil só culpar os outros pelo problema no transporte.
Eu: Como assim Francisca? O BRT já tá todo quebrado?
Francisca: Já Gabi! O pessoal é muito mal educado! Eles quebram até aquele "botãozinho" de saída do ar condicionado. O que eles vão fazer com aquilo??? Nada! É só pelo prazer de quebrar. Ninguém tem paciência com o motorista, se ele pára e não abre a porta 1 segundo depois, o pessoal já começa a chutar a porta, abrir com força, tentar quebrar o vidro... aí os carros ficam aí, todos quebrados, tudo capenga e os caras das rádios, do jornal e da TV ficam reclamando que é culpa da prefeitura que não investe, mas quando eles investem esses filhos da puta quebram tudo!!! Fico muuuito indignada com isso!
O BRT foi um super adianto na vida de todo mundo, inclusive na deles, pq eles tem que quebrar? Não podem só aproveitar o conforto e achar bom? Que saco!

Fiquei pensando naquele discurso dela e cheguei a conclusão que ela está certa. O povo brasileiro é muito mal educado mesmo. Querem ter um "país de primeiro mundo", mas tem educação de "quinto mundo".
Sei que o problema da educação é outra história, envolve milhões de outras coisas/aspectos, mas não podemos tratar as coisas 100% separadas. Uma influencia na outra.

Quando eu me mudei pra São Paulo fiquei impressionada com a diferença na educação. Coisas simples fazem MUITA diferença. Um bom exemplo é o uso da escada rolante em SP e no RJ. Em SP é automático o pessoal subir no degrau e ficar à direita, deixando a esquerda livre para as pessoas que estão com pressa. Mesmo quando estamos em casal ou com amigos cada um fica em um degrau, deixando a esquerda livre. No RJ, o pessoal fica no meio do degrau e se você pede licença o pessoal te xinga. Oque que custa dar passagem para as pessoas??? Acho que por SP ter mais gente, mais movimento e o pessoal ter mais pressa, as pessoas aprenderam melhor a conviver em grupo. Claro que ainda está longe de ser bom, mas alguns pequenos gestos já mostram que a coisa está mudando.

Eu concordo que o transporte no RJ tem que melhorar muito. O Metrô é ridículo, existem poucas faixas de ônibus, os taxis selecionam para onde vão e não vão, etc, principalmente quando falamos de Barra da Tijuca/Recreio. Estamos com esperança do Metrô chegar lá e dar certo! Rs.

O meu ponto aqui é que não podemos só responsabilizar os outros pelos problemas da nossa cidade (ou nosso país). Temos que nos incluir nessa lista de "culpados" pelo fracasso de alguma coisa, pois a partir do momento que nós quebramos os ônibus, quebramos os trens e etc, estamos contribuindo para a piora do que já está ruim.
Infelizmente não podemos "dar nome aos bois", pois somos chamados de " população", "povo", "eleitores", etc... somos um grupo só e se 1 pessoa quebra a janela, quem quebrou foi a população e não o João.

Sinto falta de uns programas de conscientização! Aconteceu com a Lei Seca e deu certo, por que não daria com outras iniciativas? Conservação dos ônibus, não pichação das coisas, etc?! Não vai resolver de uma hora pra outra, mas seria plantar uma sementinha pra, um dia, colher uma plantação.


ATENÇÃO! Não estou aqui defendendo A, B ou C, só lembrando que nós também podemos contribuir para a melhora da nossa cidade!!! :-)