25 de julho de 2014

A minha visão da "Crise dos 20 e poucos"

Hoje eu li e compartilhei um texto no Facebook que me fez refletir sobre o meu “momento de vida”.


Ele me fez refletir e chegar a algumas conclusões. J

Lembro quando eu estava entrando na pré-adolescência e minha mãe conversava comigo sobre “uma fase diferente e complicada”, que eu iria ficar menstruada, que eu teria que estudar mais por conta do vestibular estar mais próximo, que eu teria que decidir se eu queria, ou não, fazer intercâmbio, que eu iria querer mudar o mundo, mas seria em vão, etc etc etc. Todas essas coisas que as mães conversam com suas filhas que estão crescendo e virando “mocinhas”.

Naquele momento eu achei que eu estava ferrada. Que a vida seria muito mais difícil, que ficar menstruada era o fim dos tempos, que o vestibular era o monstro mais amedrontador da galáxia e que o Mundo estava cobrando demais de mim. Doce ilusão!

Acho que quando eu tiver uma filha eu vou conversar com ela sobre essas coisinhas de “menina virando mocinha”, mas vou deixar bem claro que a “primeira fase realmente difícil” da vida dela (digo primeira, pois tenho certeza que tem muitas outras por vir...) vai ser, sem sombra de dúvidas, quando elas chegar aos 20 e poucos!

Neste momento, sim, nós sentimos que o Mundo está cobrando demais de nós. Terminamos a faculdade ontem e hoje já estão nos cobrando um emprego dos sonhos, um salário digno e um relacionamento “concreto”. Cobram uma perspectiva de vida, planejamento de curto, médio e longo prazo, maturidade para enfrentar os problemas, técnicas de entrevista de emprego, saúde mental, cabelo bem tratado, unhas sempre feitas, sobrancelhas de boneca, exercício regulares, etc.
Mas a fase é difícil não por causa das cobranças externas, pressão da família, namorado/marido, etc. A fase é difícil pois é quando, realmente, começamos a nossa “vida de adulto”, com responsabilidades naturais e diferentes, a gente passa a se cobrar mais, esperar mais de nós mesmos... Junto com essa “vida de adulto” vem o amadurecimento do “eu”, aperfeiçoamento da personalidade e etc. É aí que “a fase difícil” sobe na crista da onda!

Agora você se dá conta que não é perfeito, que sua personalidade também é difícil, que você tem reações “super valorizadas”, que as coisas que “te incomodam muito” são tão pequenas que não deveriam te incomodar tanto, que a outra pessoa muitas vezes está certa, mas você não quer reconhecer, que é necessário pedir desculpas e assumir que você não sabe de tudo e, muito menos, tem sempre razão, hora de aprender que o silêncio vale ouro e pode te privar de muitos estresses, desentendimentos e, principalmente, de “micos”.

Quando percebemos que é a hora de mudar, passamos por “poucas e boas” sozinhos. Digo sozinhos pois cada um tem sua fase, seu momento, suas características que deseja mudar. Todo mundo passa por isso, em proporções diferentes, com problemas e soluções diferentes, mas pode ter certeza que todo mundo já passou ou vai passar pela “Crise dos 20 e poucos”. E não é preciso ter menos de 25 para ser “Crise dos 20 e poucos”. Rs. Cada um no seu tempo, na sua “evolução”.

Eu estou na minha fase de mudança. Mudança para melhor. Mudar coisas que eu sei que machucam os outros, opiniões que não agregam nada, expectativas que me frustram. Como diz o texto, "[...] Preciso parar de querer que tudo seja como eu quero. [...]". Muitas vezes eu coloco as coisas na cabeça, crio expectativas sozinha e acabo me frustrando (sozinha também, pois era uma expectativa MINHA e de mais ninguém). Pura teimosia. Puro orgulho. Pura imaturidade.

Fico com a ilusão do “Fulano vai mudar com o tempo”, “beltrano vai ver que não vale a pena”, “ciclano vai entender o meu lado”. Bullshit! Ninguém faz nada, a não ser que o “alguém” queira! Essa é mais uma mudança importante: parar de jogar a minha expectativa para os outros. Cada um é de um jeito, cada um pensa de uma forma.. não é legal (nem justo) projetar minhas vontades nos outros. “Ahh... se fosse eu, teria respondido de tal maneira”, “Eu esperava que você falasse tal coisa e não o que você disse”. Só posso lamentar! A outra pessoa não é você e você não é a outra pessoa. Cada um na sua, cada um com seu jeito. Se você quer que a pessoa seja você e reaja igual a você, fique sozinho! Ou espere a época dos clones – sempre é uma opção.

Enfim... estou orgulhosa de estar nesta fase, apesar de estar vivendo as consequências dela. Não! Não estou depressiva, não estou triste, não estou querendo me matar, não estou cogitando sumir do Mundo... nada disso! É exatamente o contrário! Estou feliz por estar vivendo esta fase, estou feliz por estar amadurecendo e vendo a minha vida de um outro ângulo, estou feliz por estar me preocupando em melhorar, tanto pra mim, quanto para os outros. Estou feliz, ponto!

Espero que todo mundo possa viver esta fase e que não ache que ela é o fim do mundo. O fim do mundo é a menstruação, lembra?! Rs. Just kidding! Não achem que isso é uma “prova” de fraqueza, de “personalidade fraca”. Esta fase é natural, faz parte da evolução que aprendemos no colégio: “nascer, crescer, se reproduzir e morrer”. Esta é a parte do “crescer”. J


Que venha a “Crise dos 30 e poucos”! Rs.