Em
Janeiro/2017 fizemos uma viagem SENSACIONAL pela África do Sul (eu sei, metade
do Brasil tá indo pra lá nesses últimos meses) e eu queria compartilhar a nossa
experiência. 😃
Nosso
roteiro foi meio estranho em questão de logística, mas foi assim pois
conseguimos um pacote promocional que saiu mais em conta e justificou todo o
“vai e vem” dentro do país.
Brasil
– Joanesburgo – Cidade do Cabo – Hoedspruit (Kruger Park) – Cidade do Cabo –
Cruzeiro (Porto Elizabeth + Durban) – Brasil
Em vermelho o “Capítulo 1” da viagem: 2 dias em Joanesburgo e 4 dias na Cidade do
Cabo
Em azul o “Capítulo 2”: 3 dias no Kruger Park, 1 ½ dias na Cidade do Cabo e 4 dias de Cruzeiro.
Câmbio (na época que fomos): 4 Rands = 1 Real
Férias na África do Sul
– Capítulo 1: Joanesburgo e Cidade do Cabo (Parte 1)
Joanesburgo:
Resumidamente,
em Joanesburgo todo turismo acaba sendo sobre Nelson Mandela e o Apartheid. Um
banho de história. Você vai conhecer todas as histórias, em várias versões e
lugares diferentes.
Ficamos
no hotel Garden Court Sandton City,
que fica bem na frente do Mandela’s Square (literalmente só atravessar a rua).
O hotel é muito bom, com atendimento excelente, quarto confortável e ótima
localização.
O
aeroporto de Joanesburgo é grande e o Free Shop é bom. Tem bastante variedade
de coisas, mas os preços não são os melhores. Logo na saída do avião, antes das
esteiras de bagagem, fomos recepcionados por uma escultura de elefante em
tamanho real. Era uma propaganda da Amarula e o elefante era todo feito de
miçangas. Foi um “Uaaauu” e logo depois percebemos que esses artesanatos de
miçanga são típicos de lá, mas um elefante tamanho real foi “surreal”. Rs.
Contratamos
transfer do aeroporto para o hotel, então não tivemos que nos preocupar com o
transporte, o que nos ajudou bastante. Chegando lá o moço já estava com a
plaquinha nos esperando. 😃
Chegamos
em Joanesburgo no sábado e por volta de 15h já estávamos no hotel. Tudo lá
fecha cedo e final de semana é pior. O Nelson Mandela Square fecha 20h aos
sábados, 18h aos domingos e 21h de segunda à sexta, mas os restaurantes ficam
abertos até um pouco mais tarde, por volta de 22h todos os dias.
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Nelson Mandela Square |
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Nelson Mandela Square |
Demos
uma voltinha no shopping e resolvemos sentar no The Big Mouth, que tinha todo tipo de comida, incluindo comida
japonesa – depois descobrimos que comida japonesa por lá é bem comum, então
quase todos os restaurantes tem opções. Pedimos algumas entradas como queijo
com uma geléia diferente, asinha de frango e o tal do “Dim Sum”. É tipo um gyosa no vapor, mas com sabores diferentes. É
simplesmente DELICIOSO. Primeiro pedimos 1 porção de camarão com queijo para
provar (vem 4 bolinhas e estávamos em 6 pessoas). Gostamos tanto que pedimos
mais 2 porções, mais 1 de camarão com queijo e 1 de carne com gengibre.O de
camarão com queijo é o melhor disparado! Vale a pena provar!
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Sashimi de Salmão e Sushi de Salmão com abacate. Os dois estavam uma delícia. |
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Dim Sum do The Big Mouth |
Saímos
do restaurante umas 20h30 e já estava tudo fechado, então fomos embora e
ficamos no bar do hotel, tomando uma cerveja quente e jogando papo fora. E sim,
praticamente todas as cervejas que tomamos estavam “quentes”. Já tinha até
virado a aposta da viagem e todo restaurante que íamos tínhamos que pedir
cerveja para ver se vinha gelada ou não. E nunca veio! Tsc Tsc Tsc... Acho que
eles seguem o costume europeu de servir cerveja “resfriada” e não gelada.
No
dia seguinte (domingo) pela manhã pegamos um UberXL (que leva de 5 a 8 pessoas) e fomos ao Top of Africa, o ponto mais alto da cidade, com um mirante 360º,
que dá pra ver a cidade quase toda. Tem umas lunetas para os curiosos. O Top of Africa fica no prédio que tem um shopping nos primeiros andares, bem
no centro da cidade de Joanesburgo. O lugar não é dos mais bonitos e estava
ainda pior por ser domingo. Estava deserto e com pessoas estranhas circulando
nas poucas lojas abertas. Não ficamos rodando pelo shopping, apenas pegamos o
elevador e subimos para o mirante. Acho que gastamos em torno de 1h no passeio
todo. O ingresso custa $ 15 Rands por pessoa e o guichê fica bem em frente ao
elevador, não tem erro.
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Nosso UberXL |
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Vita de cima do Top of Africa |
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Luneta que nos divertiu procurando os McDonald's |
Demos
sorte e o nosso Uber ficou pela redondeza nos esperando. Partimos para o Museu do Apartheid. Compramos o ingresso na hora, na bilheteria do local. Estava bem vazio, sem fila nenhuma. O ingresso custou $85 Rands por pessoa. Lá tivemos uma aula
de história para ninguém colocar defeito. Já na entrada tem aquela divisão
entre “Whites” e “Non Whites”. Após passar por esta entrada
tem um corredor com algumas fotos e textos. Depois tem um caminho a céu aberto, com mais fotos e textos. Mais na frente, depois de descer uma escada, é que realmente a
história começa. Quando fomos tinha uma exposição do Nelson Mandela (dizem que
é sazonal, mas não sei), com o carro dele, muuuuuuitas fotos, textos, vídeos,
áudios e alguns objetos pessoais. Se você for ler tudo, tim tim por tim tim, dá
pra ficar o dia inteiro por lá. Fizemos uma leitura dinâmica, assistimos aos
vídeos e partimos para o museu em si (mesmo assim gastamos quase 1h só nesta
exposição). No museu tem mais um milhão de fotos e textos, mas também tem
algumas atrações como as “solitárias” em tamanho real para as pessoas entrarem,
tem um caminhão blindado que era usado pelos militares e tem um vídeo de 15min
com depoimentos e histórias de pessoas que viveram naquela época. Ficamos mais
de 1h no museu. Lá dentro não é permitido tirar fotos, então fico devendo
essa!
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Entrada do Museu do Apartheid |
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Entrada com segregação entre "Whites" e "Non Whites" |
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Corredor com fotos e textos |
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Parede de tijolinhos com espelhos imitando pessoas andando |
Não
tivemos muito tempo para almoçar, pois tínhamos agendado um tour às 15h, então
comemos um negocinho na lanchonete do museu. Não foi bom! Não recomendo!
Depois
do museu fomos para o Lebo’s Hostel
no Soweto, um bairro que, na época
do Apartheid, o governo “construiu” para os “Non Whites” morarem. O bairro é
mais afastao e sub-desenvolvido, com ruas de terra, esgoto a céu aberto, muito
lixo nas ruas, etc. Apesar do Apartheid ter acabado em 1994, o Soweto ainda é
um lugar habitado 99% por negros. O Lebo’s é um hostel que promove
tours de bike e de tuk tuk pelo bairro. Os guias são, normalmente, moradores
locais. Segundo o nosso guia, os moradores do Soweto gostam muito que turistas
façam tour por lá, pois eles querem que o bairro ganhe visibilidade do governo
para melhorar o desenvolvimento do local. As pessoas são muito simpáticas, te
cumprimentam à cada esquina e as crianças adoram fazer o “hi 5”.
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Entrada do Lebo's Hostel |
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Estacionamento de bicicletas na frente do hostel |
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Bandinha tocando umas músicas típicas |
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Nosso dream team da viagem 💚 |
Pegamos
um tour de tuk tuk que durou 3h e custou $470 Rands por pessoa. Agendamos com antecedência pelo site, para garantir que teríamos um tour para 6 no mesmo horário. Eles tem umas opções com almoço, mas não quisemos arriscar (e depois ficamos aliviados quando vimos a comida que estava sendo servida. Rs.).
Durante o tour pudemos ver várias partes do
bairro, sendo algumas bem desenvolvidas e outras bem precárias. O
guia para em alguns lugares para contar histórias e explicar coisas. Durante este tour fomos até a casa do Nelson Mandela. Compramos o
ingresso por lá mesmo e custa $ 60 Rands por pessoa.
É uma casa pequena, de 3 quartos, lotada de quadros, livros, prêmios, troféus,
fotos, etc. Fomos recepcionados por uma senhora que contou a história do Nelson
Mandela com detalhes. Ao final perguntamos se ela tinha o conhecido
pessoalmente, ela respondeu “Ah, muito!”, e continuei “Vocês eram amigos?”, e
então ela complementou “Visshhh...” com um sorriso de canto de boca. Nos
entreolhamos e demos risada.
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Nossa guia |
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Quarto do Mandela |
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Quintal da casa do Nelson Mandela |
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Entrada da casa do Nelson Mandela (obrigada cunhados por servirem de modelos. rs.) |
A
rua da casa do Nelson Mandela é cheia de barzinhos e lojinhas. Um lugar bem
diferente do resto do bairro. Deu vontade de ficar por lá pra curtir o final de
tarde, mas tínhamos que voltar para o hostel com o tuk tuk, afinal o nosso Uber
iria nos buscar lá não seria uma boa ideia ficar “ao léu” no meio do
Soweto. Rs.
O
tour acabou no hostel, por volta de 19h e aí participamos de um “ritual”
Afrikaner. Sentamos em um meio círculo, colocamos chapéus e colares e ouvimos a
moça do hostel contar histórias durante uns 10min. Depois
ela pegou um pote redondo que estava no centro da roda e contou que era uma
cerveja artesanal, feita pelas mulheres para os homens beberem. Ela disse que a
tradição é a mulher beber antes de entregar ao homem, para verificar se está
tudo bem com a bebida. Assim ela o fez, bebeu direto no pote, limpou a borda
com a mão e passou o pote adiante. Cada um deu um golinho (com exceção do Rica que encheu a boca). MUITO RUIM! A aparência era de leite talhado e aguado
e o gosto era de coisas azedas juntas. Não dá nem pra explicar direito. Não
satisfeita ela pegou o outro pote, explicou que era um alimento muito consumido
pelas crianças e que tinha um gosto mais adocicado. Passou novamente o pote
para todos. MUITO RUIM, mas melhor que o primeiro. Eca! Só de lembrar dá um
arrepio. Só sei que ficamos o resto do dia rindo da
situação, contabilizando quantas bocas já tínham passado por aquele pote e
pensando que “não é possível que as pessoas bebam isso e achem bom”. Hahaha...
Só sei que essa “cerveja artesanal” virou a piada do resto da viagem. Recomendo
a experiência!!! Rs.
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Ritual com os potes de bebidas |
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Adereços bonitos, só que não. rs. |
Depois
de bebidas tão deliciosas, tivemos que comprar uns refrigerantes, água e
cerveja pra lavar o organismo. Hahaha... Nessa hora conhecemos o Stoney, um refrigerante de gengibre.
Não é ruim, mas é diferente, com gosto forte de gengibre. Depois percebemos que
eles bebem bastante esse refrigerante por lá.

Nosso
UberXL estava lá às 19h30 em ponto e, então, voltamos ao hotel para usar o wifi
e pesquisar qual restaurante iríamos jantar, afinal era domingo e não sabíamos
se estavam todos abertos. Pegamos outro UberXL e fomos jantar no Moyo, um restaurante de comida típica,
que já tínhamos lido indicações em vários blogs de viagem. Lá pedimos algumas
entradas como carpaccio de carne, lula grelhada, etc. Durante nosso
jantar uma moça veio com um potinho branco e perguntou se queríamos “pintar o
rosto”. Não sabíamos direito do que se tratava, mas aceitamos. Ela fez umas
pinturas simples e típicas da região. Foi divertido!Vale a
visita ao restaurante pela experiência como um todo, não apenas pela comida. O
preço é um pouco mais alto do que os outros, mas nada comparado ao Rio ou São
Paulo. Pagamos algo em torno de R$ 150 o casal, com vinho e sobremesas. Recomendo!
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Lula recheada. |
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Carpaccio de carne |
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Pintura de rosto |
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Nossa mesa |
Férias na África do Sul
– Capítulo 1: Joanesburgo e Cidade do Cabo (Parte 2)
Cidade do Cabo:
No
dia seguinte pegamos um vôo às 11h para a Cidade do Cabo, chegando lá perto de
13h. Para a nossa surpresa, o transfer não estava lá e, então, começou a saga. Como
já estávamos com chip local, ligamos para a empresa de transfer que informou que
o motorista estava à caminho, mas ele nunca chegou. Ligamos de novo e fomos
informados que, agora, o motorista estava realmente à caminho. Claro que ele
nunca chegou... então 2 horas depois eu liguei lá e dei um xilique com classe.
Aí a moça “resolveu” o nosso problema, contratando um serviço de transfer de
uma outra empresa que tinha quiosque lá no aeroporto. Pegamos o carro e fomos
para o nosso hotel. Chegando lá o motorista veio me cobrar o pagamento da
corrida e, então, começou o barraco de novo. * Tsc Tsc Tsc * Resumindo, 40min
depois tudo foi resolvido e o hotel pagou o transfer e depois foi reembolsado
pela agência de turismo. Tinha sido muito mais fácil pegar um UberXL, mas não teríamos
a mesma emoção e história para contar. Além disso, essa confusão toda (e perda
de 3h do nosso dia) nos rendeu uma garrafa de vinho no quarto! Uhuull... 😃
Ficamos
no hotel Protea Hotel Fire & Ice! by
Marriott e gostamos bastante. Os quartos bem decorados, cama maravilhosa,
chuveiro com pressão e água quente (sem contar com o creme hidratante mara), ótimo
atendimento e áreas comuns do hotel super decoradas e aconchegantes. Além disso, bem localizado, pois ficava perto da Table Mountain e 10min do
V&A Waterfront. Sem contar com o elevador temático de mergulho com o
tubarão.
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Elevador do hotel |
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Corredor dos quartos |
Neste
dia fomos jantar no V&A Waterfront,
que é uma marina com um shopping enorme e vários (muitos mesmo) restaurantes. Um
dos principais pontos turísticos e de lazer na Cidade do Cabo. Demos uma volta,
tiramos algumas fotos e escolhemos o restaurante Quay4, pois tinha ostra com um preço em conta. Hahaha... Sentamos na
parte de dentro, pois a varanda estava impraticável de tanto vento. O começo
foi conturbado, pois a garçonete demorou a vir à nossa mesa, mas depois tudo
regularizou e a experiência foi boa. A comida estava deliciosa. De entrada
pedimos ostras (2x), lulas grelhadas, bolinho empanado de peixe e um pão de
alho com queijo delicioso. Estava tudo muito bom. Para prato principal pedimos
uma parrillada de frutos do mar (veio lagosta, camarões VG, peixe e lula) e um
prato de “peixe do dia”, que vinha grelhado acompanhado de arroz e legumes. Estava tudo uma delícia. As sobremesas deixaram a desejar. Pagamos
algo perto de R$ 100 o
casal, com cerveja,
refrigerantes, toda essa comida e sobremesas.
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O frrriiiiooo esperando o Uber chegar |
No
dia seguinte fomos à Table Mountain
às 9h e já estava uma fila enorme. Isso aconteceu pois a atração estava fechada
há 3 dias por conta de vento e nuvens, então todos os turistas da cidade
aproveitaram aquele dia para visitar o local. Demos muita sorte, pois se a
atração estivesse fechada novamente teríamos que replanejar todo o roteiro.
Uhuull.. \o/ Esperamos uns 45 minutos na fila, entre comprar ingresso ($ 255 Rands por
pessoa) e entrar no “cable car”, que é como eles
chamam o “bondinho” que leva até o topo. Tem 2 maneiras de subir, de cable car
ou de trilha. Fizemos a sábia escolha de subir de bondinho e tivemos mais
certeza ainda depois que vimos a quantidade de degraus da trilha.
O
lugar lá em cima lembra o Pão de Açúcar, onde a atração principal é a vista
360º da cidade. Tem duas lanchonetes e algumas lojinhas de souvenirs. Ficamos
rodando ali por perto da estação do bondinho quase 1h, vendo a vista, tirando
fotos, conhecendo um animalzinho chamado ”dassie” que nunca tínhamos visto
antes. É um animal típico da região. Tem muitos deles lá na Table Mountain e
eles parecem ser dóceis.
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Prazer, Dassie! |
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Chegamos bem perto dele para tirar umas fotos. |
Encontramos
uma placa que mostrava 3 trilhas para “conhecer um pouco mais” a Table
Mountain. Uma pequena, uma média e uma longa. Escolhemos fazer a longa (apesar
de não estarmos preparados para tal, pois estávamos de sapatilha, sem água, sem
snacks, etc.), que duraria em média 1h. Até aí, ok.
Acho
que nos distraímos no meio da trilha e acabamos errando o “retorno” e o
resultado foi que fizemos uma trilha de quase 6 km e 4h de duração (esta não estava na placa, mas muita gente vai preparada para fazer). Sem água,
sem tênis, com um sol rachando o coco, mas as paisagens que vimos foram umas ótimas recompensas! Realmente foram lugares paradisíacos, com vistas
maravilhosas!!!
Se você olhar a Table Mountain de longe, nós caminhamos
praticamente ela inteira, de uma ponta à outra. Rs. Recomendo ir preparado e
com tempo para fazer essa trilha enorme. São paisagens lindas.
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Nossa pequena trilha... Rs. |
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Essa era a paisagem da nossa trilha. |
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Eu e Rica |
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Eu e o cunha curtindo uma paisagem... que foto linda! |
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Todos juntos. |
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Cada cantinho com sua particularidade. |
Como
tínhamos poucos dias lá, nosso roteiro estava bem cronometrado e apertado.
Saímos da Table Mountain (mortos de cansados, sem conseguir andar direito) e
fomos para o V&A Waterfront, para pegar o barco e ir para Robben Island às 15h. Compramos os
ingressos pela internet e foi ótimo, pois chegarmos lá e estava uma fila grande
para comprar ingressos. Como já tínhamos o nosso em mãos, era só esperar o
horário certinho do embarque. Enquanto esperávamos na fila compramos
cachorro-quente e coca-cola pra todo mundo repor as energias que tínhamos
perdido na trilha doida da Table Mountain. Estávamos mortos de fome. Rs.
Embarcamos
e era um barco tipo catamarã. Bem largo, com muitas poltronas e espaço para
sentar embaixo e em cima. Na parte de cima estava ventando muito e como
estávamos cansados, aproveitamos a viagem para tirar uma soneca. Hehehe...
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Parte de dentro do barco para Robben Island. |
Chegando
lá, fomos recebidos com muita organização, já separaram a gente em vários
ônbius para fazer um tour pela ilha e, depois, conhecer a prisão onde o Mandela
ficou preso durante mais de 20 anos. Cada ônibus tem um guia, que faz paradas
estratégicas para contar história sobre coisas da ilha (casas, portos, campos,
etc.). O tour é todo em inglês, então, para quem não fala bem a língua é bem
massante. Além de tudo, estava MUITO calor no dia e os ônibus não tem ar
condicionado, então ficávamos cerca de 10min parados em cada “parada
estratégica”, dentro do ônibus, olhando “a coisa” pela janela. Foi bem chato,
pra ser sincera. Rs.
No
meio deste passeio eles fazem uma parada para ver uma praia com pinguins e tem
uma lanchonete. Fomos comprar água e coisas para comer, mas estava LOTADA, sem
um monte de produtos, pois todos os ônibus param lá ao mesmo tempo e o lugar é
realmente bem pequeno. Praticamente um chalé. Mas eu consegui comprar 3 águas e
foi isso que nos salvou para o resto do passeio.
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Praia dos Pinguins de Robben Island |
Chegando
na prisão, fomos recebidos por um ex-prisioneiro, que conta um monte de
histórias (quase 40min de histórias) sobre a rotina da prisão, suas tarefas,
histórias que se lembra, histórias do Mandela, etc. Esta apresentação também é
feita toda em inglês, sem tradução. Então pode ser bem cansativo para quem não
fala bem a língua. O sotaque do moço que estava conosco era bem carregado e bem
diferente, então eu tive que fazer esforço pra entender tudo. Confesso que dei
umas cochiladas no meio, pois estava muuuuito cansada. Rs.
Depois
ele nos leva para um tour pelo prédio da prisão, mostrando os pátios,
banheiros, cozinha e, finalmente, a cela onde o Mandela ficou preso. As celas
são bem pequenas mesmo, como se fossem solitárias, mas com uma janelinha e a porta é de grade. Tudo estava
muito bem conservado.
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Cela do Mandela |
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Cela do Mandela |
Então,
voltamos para o “porto” e pegamos o barco para voltar ao V&A Waterfront. No total, foram 4h30 de passeio. Saímos 15h e
voltamos 19h30. Minha opinião: Muito cansativo, algumas horas bem chato, mas é
um passeio cultural. Vale a pena pra quem gosta de história, do Mandela, etc.
Mas eu não voltaria lá.
Nesta
noite nós jantamos lá pelo V&A mesmo, pois estávamos cansados e não iríamos
aguentar voltar para o hotel e depois sair para comer. Além disso, a fome
estava negra. Rs.
Decidimos
por comer as carnes de caça que são famosas por lá. Fomos no restaurante City Grill Steakhouse, que tinha ótimas
recomendações no Trip Advisor. Pedimos um prato que vinha um pouco de cada
carne (javali, gazela, zebra e jacaré) e também pedimos pratos de filé mignon. As carnes estavam muito boas, apesar de algumas terem um gosto
muito diferente, mas o modo em que foram feitas, o ponto e a apresentação
estavam ótimos. Os acompanhamentos também muito bons e os garçons eram
atenciosos e competentes. Só as sobremesas que ficaram a desejar, mas tudo bem,
nosso foco era as carnes de caça. Tarefa cumprida! 😊
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Um prato com "mix" de carnes de caça (javali, gazela, zebra, jacaré, vaca e uma linguiça de uma coisa estranha) |
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Carne de Zebra |
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Carne de Gazela |
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Filet Mignon |
Depois
disso, foi hotel e cama! Sem energia pra nada.
Nosso
plano para o dia seguinte era Cabo da
Boa Esperança (ou Cabo das Tormentas), seguindo o roteiro: Vinícola Groot
Constantia, Boulders Beach (praia dos pinguins) e Cabo da Boa Esperança. Para
isso, alugamos um carro, pois queríamos fazer o passeio no nosso tempo, parando
onde decidíssemos, sem ouras pessoas junto. Estávamos em 6, mas não consegui
alugar um carro “pequeno” com 7 lugares, então pegamos uma mini van, com 10
lugares, com câmbio manual. Como eu era a única que estava com a permissão
internacional para digirir, eu seria a motorista do dia! *Atenção que na África do Sul não pode dirigir sem a permissão internacional. É obrigatório.*
E aí começou a
diversão... Lá é mão inglesa, então o trânsito é todo invertido e o carro também. As setas são do outro lado, o espelho retrovisor central fica à esquerda do motorista, etc... essas coisas pequenas que “na hora do vamos ver” complicam a vida.
Rs. Mas já adianto que deu tudo certo.
Pegamos
a estrada logo de manhã cedo, paramos na Groot
Constantia (a 19km do nosso hotel - levamos uns 30 min), a vinícola mais
antiga da região. Não é a mais famosa, mas, sim, a mais antiga. O local é bem
cuidado, muito fofo, com muita árvore e umas construções antigas. Lá dentro tem
3 restaurantes, mas não comemos em nenhum deles. São lindos, em locais bem agradáveis,
mesinhas em local externo, super fofo.
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Nosso carro |
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Groot Constantia |
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Foto de um dos restaurantes da Groot Constantia |
Lá
tem a opção de pagar a visitação guiada com degustação e sem degustação. Claro
que quisemos fazer a degustação ao final, se não, qual é a graça? Rs. Pagamos
lá mesmo e foi $ 90 Rands por pessoa. Fizemos a visitação guiada e foi super
legal. Como todas as outras visitações, eles mostram todo o processo de
plantio, colheita, explicando a sazonalidade do ano, etc. Ao final fomos
direcionados ao local para degustação, um “bar” super bonito, com mesas altas,
bem agradável. Recebemos uma taça, que é nossa para levar pra casa, e uma lista
dos vinhos que estavam disponíveis para degustação. Poderíamos escolher 5
vinhos para degustar. Como eu estava dirigindo, só dei bicadinha nos vinhos pra
sentir o gostinho, mas o pessoal que estava comigo se acabou de tomar vinho.
Hahahaha.
O
que eu achei interessante é que esta vinícola tem uns chocolates para
harmonizar com os vinhos. Compramos alguns para trazer pro Brasil e provar com
a família e amigos.
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Vinho com chocolate para harmonizar |
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Local da degustação de vinhos |
Fomos
embora, pois ainda tínhamos muito chão pela frente. Fizemos um pitstop no Mc
Donald’s pra almoçar e seguir viagem.
A
estrada é bem linda, mas confesso que fiquei o tempo todo bem tensa com o
trânsito invertido. Ela vai pela costa, vendo o mar quase o tempo todo. Bem
agradável.
Chegamos
então na Boulders Beach – Praia dos
Pinguins (a 32km da Groot Constantia). De um lado é uma praia normal, onde
as pessoas pegam sol, tomam banho de mar e etc. Praia pequena, mas super
agradável e limpa. Então descemos para colocar o pé da areia e, para nossa
supresa, já vimos vários pinguins por ali mesmo, num cantinho. Alguns tomando
sol, outros na sombra, outros nadando. Meu marido aproveitou o calor para dar
um mergulho e disse que
a água estava uma delícia.
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Chegada em Boulders Beach |
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O lado da praia em que pode pisar na areia, tomar banho de mar, etc. |
Depois
fomos caminhando pela passarela e chegamos até “o outro lado”. Aí era,
realmente, a entrada da “Praia dos Pinguins”. Compramos o bilhete ali mesmo ($ 70 Rands por pessoa) e entramos. A entrada já é bonita, com uma vista linda
para o mar. Tem todo um caminho com uma passarela de madeira até a beira da
água. Não é possível passear pela areia, apenas pelas passarelas. Os pinguins
estavam mais perto da água. Eram muitos mesmo. De todos os tamanhos. Tiramos
bastante fotos, ficamos lá quase 1h apreciando os bichos e rindo com o jeitinho
deles andarem. Hehehe...
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Vista do caminho para o outro lado da praia |
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O caminho |
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Entrada para a Praia dos Pinguins |
Tínhamos
que seguir viagem, pois já eram 16h40, a praia dos pinguins já estava fechando e
nós ainda tínhamos que chegar no Cabo da Boa Esperança de dia. Então colocamos
o pé na estrada.
Chegamos
no Cabo da Boa Esperança – Cape of Good
Hope (a 23km da Boulders Beach) umas 17h20 e ainda estava claro. Ufa!
Pagamos a entrada lá na guarita mesmo ($135 Rands por pessoa) e seguimos
dirigindo mais vários quilômetros até chegar
na ponta do continente. Durante o trajeto dentro do parque vimos vários
babuínos no meio da estrada. Então paramos o carro e ficamos os observando por
algum tempo. Eles realmente chegam super perto do carro e é indicado deixar
as janelas fechadas, pois eles atacam para roubar comida, celular, máquinas e
etc. Teve um que até subiu no teto de um outro carro que também estava parado
observando.
Cuidado
com o GPS na volta para a Cidade do Cabo, pois ele nos jogou para passar por
dentro de uma favela, às 22h. Além disso, tivemos
uma pequena briga com o pessoal da locadora, pois o carro estava com uns
arranhões e trincados no vidro, mas a moça do “check-in” tinha esquecido de
marcar no papel. Inclusive, ela tinha colocado no papel que eu havia alugado um
Sandero e não um (praticamente) caminhão. Rs. Ficamos discutindo lá durante um
tempo até que o cara me perguntou “A senhora tem
certeza que você não trocou de carro no meio do dia?”. Hahahaha... Pera, como
alguém troca de carro no meio do dia e ESQUECE DISSO? Foi a gota d’água pra eu perder a paciência e conseguir, finalmente, resolver as coisas.
Já
tinha lido sobre a “malandragem do Sul Africano” pra cima do gringos, mas até
esse momento eu não tinha sofrido com nada disso. Mas, porém, contudo,
entretanto, todavia... sofri com a locadora de carros. Ficou claro que eles
queriam que eu pagasse um monte de coisas que eu não tinha que pagar.
Depois
da novela mexicana “La Devolución del Coche”, pedimos um Uber e finalmente
chegamos ao hotel. Já estava tudo fechado, então tivemos que jantar por lá
mesmo. Pedimos um hambúrguer que estava bem ruim e, no final, nos alimentamos
de batata frita. Rs.
No
dia seguinte estávamos agendados para o “mergulho
com o tubarão branco”, com a Great White Shark Tours, pois era a única
empresa que devolvia o dinheiro se você não visse tubarão. A van chegou para
nos buscar 5h da manhã, passamos em mais 2 hotéis e depois fomos direto ao
local do mergulho. Chegamos lá, era uma casinha fofa, na beira da marina e
tinha um café da manhã super gostoso. Eles passaram um vídeo com instruções de
como se comportar no barco e dentro da gaiola. Tivemos que assinar um documento
nos responsabilizando pelo mergulho e aceitando que se a gente sofresse alguma
lesão (ou morte) pelo tubarão, a responsabilidade era 100% nossa. Ha Ha Ha...
Nessa hora eu repensei a decisão, mas a adrenalina foi maior que eu. 😊
Entramos
no barco e lá fomos nós para alto mar. Éramos umas 30 pessoas, o barco tinha
lugar para sentar na parte de cima e embaixo. Ficamos na parte de cima pois
queríamos ver a paisagem. Rs. Estava bem frio e eles deram uns casacos bem
pesados e impermeáveis. Foram uns 20min de navegação até chegar ao local que
seria o mergulho. Então os caras jogaram a gaiola no mar, ajeitaram as cordas,
bóias, etc., e começaram a jogar “isca” para o tubarão – uns líquidos
vermelhos, com cheiro de sei lá o que. Eles disseram que poderia demorar um
pouco para os tubarões chegarem e que iríamos esperar até 1h, se não,
voltaríamos à marina. Ficamos uns 20min esperando e o primeiro bichão já deu o
ar da graça. Foi muita adrenalina, ver aquele bicho enorme, nadando
sorrateiramente e tentando morder a isca. Ficamos eufóricos, tirando foto e
etc.
Nesse
momento os caras começaram a organizar os grupos de 8 para entrar na gaiola.
Eles dão uma roupa de neoprane bem grossa (com meia e toca) e máscaras. O
primeiro grupo entrou na gaiola e a adrenalina subiu mais ainda. Ficamos
assitindo aqueles bichos enormes tentando “atacar” a isca que eles colocavam na
água, algumas vezes até batiam na gaiola. Realmente, cena de filme. Alguns
tubarões estavam com cicatrizes por todo o rosto e os caras disseram que é por
que eles brigam entre si, com outros animais, por focas e etc.
Do
nosso grupo de 6, apenas 3 desceram na gaiola. Dos outros 3, a minha cunhada
estava empolgada tirando fotos e os outros 2 estavam passando mal, muito
enjoados. Tomaram remédio, seguiram todas as instruções, mas ficaram muito mal
de enjôo. Deu até pena, pois passamos quase 4h no passeio e eles passaram o
tempo inteiro lutando para sobreviver. Ficaram até verdes.
Enfim
chegou a hora de nós descermos (eu, meu marido e o tio do meu marido). Vestimos
as roupas – já com a adrenalina saindo pelo ouvido – e ficamos esperando
ansiosos pelo chamado. A água era MUITO gelada (muito + muito + muito gelada –
acho que estava 15°C e o cara disse que estava mais quente do que o dia
anterior), então fomos descendo e se constraindo todo, de medo e de frio. Rs. A
gaiola é comprida e fina, então ficam 8 pessoas, uma do lado da outra, mas bem
pertinho mesmo, praticamente encostando o ombro. A regra é: Ficamos com a
cabeça pra fora, quando o cara gritar, nós abaixamos e olhamos para o lado que
ele indicar. Vimos os bichões passando bem pertinho da gaiola, com aquela
bocona aberta atrás da comida. #medo #adrenalina Foi demais!!! 💗 Eu desci com a GoPro
amarrada no peito, então pude pegar umas imagens bem legais, apesar do mar
estar um pouco turvo.
Chegando
ao hotel tomamos banho, trocamos de roupa e fomos para a Camps Bay Beach para ver o pôr do sol e jantar. A praia é linda,
mas bem parecida com as praias do Brasil. Um calçadão com bares, lojas,
lanchonetes, restaurantes e a praia com areia clara e mar verde. A água estava
muito gelada também, então só ficamos passeando pelo calçadão e vimos o pôr do
sol na areia. Foi lindo!
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Camps Bay |
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As lojinhas e restaurantes de Camps Bay |
Sentamos
no Umi para jantar. Este é um
restaurante japonês, com um preço acima dos outros que já tínhamos ido na
África do Sul, mas resolvemos ficar e provar as coisas. Pedimos uns rolls
diferentes dos que estamos acostumados no Brasil e todos eles estavam
deliciosos. Os drinks estavam muito bons também, mas as cervejas estavam
quentes, pra variar. Pegamos nenhuma cerveja na África do Sul que estivesse “estupidamente
geladas”, todas elas estavam “frias”. Rs.
As
comidas estavam todas maravilhosas, atendimento muito bom e uma vista linda. É
um restaurante mais caro do que os outros que fomos, mas, mesmo assim, gastamos
perto de R$ 220 por casal. Comendo bastante e bebendo à vontade.
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Vista da nossa mesa no restaurante Umi |
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Nós quatro com a vista linda do restaurante - Umi |
Depois
de comer muito, ainda fomos na sorveteria Gelato
Mania, para matar as lombrigas do doce. Rs. Os sorvetes estavam muito bons!
Voltamos
para o hotel para descansar, pois no dia seguinte já iríamos para Hoedspruit,
aeroporto dentro do Kruger Park, para os nossos 3 dias de safari.
Esta
parte vou contar no Capítulo 2 da viagem! 😊
Resumindo nossa programação de Joanesburgo e Cidade do Cabo:
Joanesburgo
Dia 1:
- Nelson Mandela Square
- Jantar no The Big Mouth
Dia 2:
- Top of Africa
- Museu do Apartheid
- Lebo's Hostel (passeio pelo Soweto)
- Casa do Nelson Mandela
- Jantar no Moyo
Cidade do Cabo
Dia 1:
- Passeio no V&A Waterfront
- Jantar no QUAY4, no V&A Waterfront
Dia 2:
- Table Mountain
- Robben Island
- Jantar no City Grill, no V&A Waterfront
Dia 3:
- Vinícola Groot Constantia
- Boulders Beach (Praia dos Pinguins)
- Cabo da Boa Esperança
- Jantar no hotel
Dia 4:
- Nado com o Tubarão
- Passeio na Camps Bay Bech
- Jantar no Umi, na Camps Bay Beach